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sábado, 26 de março de 2011

A importância da preservação

Alguns de vocês já pensaram que daqui a alguns anos a geração atual, que nasceu nos últimos 5 a 8 anos, não vai ter fotos de sua infância? Eles vão achar fotos empoeiradas da infância dos avós, e até dos pais, mas não as deles. Talvez tenham algumas fotos em papel, mas não mais os originais para fazer novas cópias, mas podem vir a ter os negativos que permitiriam novas cópias, desde que com o equipamento adequado, das fotos de infância das gerações anteriores. Por que?

Fotografia digital "é fácil", "é barata", "se não gostou, apague e faça de novo", "o disco lotou, então apague as fotos antigas", "pifou o HD e perdi tudo", "tem tantas fotos, e posso fazer mais, então pode apagar", "deu vírus e tive que formatar o computador", "estava na máquina e eu a perdi", "deu pane no cartão", ...

A fotografia digital não trouxe só a facilidade, trouxe a banalização e a desvalorização. Muitos não pensam que cada foto, cada vídeo, cada texto, cada poema escrito é um momento que foi eternizado, que pode ser único, que podem ter sentimentos envolvidos.

O que seria dos grandes músicos se eles tivessem jogado fora as suas partituras? Dos grandes fotógrafos se eles não tivessem cuidado do seu acervo? Eles poderiam até ser grandes, mas não seriam conhecidos. Um exemplo é a Vivian Mayer, que guardou o seu acervo enquanto pode, e quando ela não pode mais guardá-lo, ela deu a sorte dele cair nas mãos de quem soube valorizá-lo.

Vivemos no mundo do descartável, da desvalorização de cada coisa pela facilidade de conseguir de forma barata. Gerações antigas davam muito valor à cada fotografia, guardava em álbuns, e as gerações novas colocam em álbuns de redes sociais, e depois acabam encerrando o perfil e perdendo o álbum. Muitos nem fazem ideia que o que eles descartaram hoje, ou perderam por não dar a devida atenção à preservação, pode vir a ter um grande valor no futuro.

Talvez tenhamos uma geração que gerou tanto material, tanta informação, mas que não guardou quase nenhuma. Uma geração fadada a uma forma de esquecimento criada pela facilidade de gerar material para ser lembrada.

7 comentários:

  1. Entendo a sua colocação, concordo com a banalização, mas não compartilho dessa visão em relação a perda documental. Acredito que aquelas pessoas que não têm cuidado com o seu material fotográfico digital, são as mesmas que perdem as fotos impressas por deixarem jogadas de qualquer forma, em qualquer caixa e não fazem a mínima idéia de onde estão os negativos. A conservação é importante em qualquer mídia, digital ou não.

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  2. Este descuido que eles tem com qualquer mídia é reflexo do comportamento que cresceu com a digital, comportamento este que as gerações não tinham, pelo menos da mesma forma e/ou intensidade.

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  3. Muito bom Joao! E entendo o que vc falou da banalizacao mas nao coloco toda a culpa nela nao.
    Nao eh nada facil manter um arquivo de fotos digital bem organizado. Muita gente acaba perdendo suas fotos porque, apesar de saber muito bem como ligar uma camera, nao faz ideia de como exportar, adicionar tags, etc.... Na minha opiniao a organizacao e arquivo de fotos ficou muito mais complicada na era digital, e digo isso independente do volume de pics. Fica ai a ideia para um artigo!

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  4. Parece que ficou. A era digital resolveu uma gama grande de problemas, mas parece ter gerado toda uma nova gama maior ainda de novos problemas. rs

    Estou amadurecendo ideias para novos artigos, e este artigo nasceu dentro de um artigo sobre backup, no qual eu fiquei divagando, meio que me perdi no assunto, e então me toquei que tinha escrito um artigo dentro de outro artigo. Fiz uns copiar e colar e gerei este novo artigo.

    Mas a sua ideia de artigo é legal.

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  5. 19/04/2011
    J.P.O.São Paulo (capital)
    J.Goffredo você acha melhor armazenar as Fotos em um AHD externo?

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Acho que tem que estar no computador, e com uma rotina de backup em um ou dois HDs externos (eu tenho 3).

    Já vi gente que estava escrevendo tese que tinha cópia em casa, cópia no computador na faculdade, e uma em uma mídia de transporte (disquete, zip-disk, pen-drive etc). Trabalhava na faculdade, fazia backup na mídia de transporte, chegava em casa, copiava para o computador dele, trabalhava em casa, copiava pata a mídia de transporte, copiava para o computador da faculdade, trabalhava lá...

    Uma rotina segura, em meios seguros, é que garante a integridade dos dados.

    Eu adoraria colocar um HD no meu trabalho e fazer backup pela rede para lá.

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