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sexta-feira, 4 de março de 2011

Como ser um fotógrafo ou cinegrafista ruim e inconveniente. Versão 1.0.0

Aqui vai um pouco de humor ácido. Vou brincar com erros comuns cometidos não só por fotógrafos, mas também cinegrafistas, de forma ácida. Se alguém me xingar, é por que a carapuça serviu (rs... já comecei... rs). Se você acha que vai ficar ofendido, nem leia.

Apresentação de Capoeira na Praça da Matriz, Paraty.

Por que esta é a versão 1.0.0? Por que pretendo fazer novas versões, aceitando sugestões de leitores.

Aqui estão as dicas:
  • Está escuro, use flash. Não ficou bom? Aumente a potência do flash.
  • Se é cinegrafista, use um holofote em cima da câmera, mesmo que o lugar seja claro. Faça isto especialmente se for uma cena naturalmente escura. (Vi fazerem isto na procissão do fogaréu em Paraty, situação na qual as luzes da cidade são apagadas e tudo é iluminado por tochas que as pessoas carregam.)
  • A cor da iluminação está estranha? Tasque um flash bem potente que resolve.
  • Tele para que? Eu posso fazer tudo com uma grande angular. É só chegar mais perto. (Parece que um fez isto num zoológico na jaula do Tigre. Um fotógrafo ruim a menos no mundo.) (Tenho a foto de um que deu uma esticadinha para a frente empinando a bunda, num palco de um show com mais de mil pessoas na plateia. Pelo menos não foi pra plateia.)
  • Use o flash em estrobo para ajudar no foco, e que se dane que tem mais 20 pessoas fotografando. (Vi um fazendo isto na apresentação do Maracatu no Paraty em Foco.)
  • Use e abuse da luz auxiliar de auto-foco. Não se importe com os outros.
  • A cena é só sua, então pode entrar na frente dos outros, pode entrar no meio da apresentação de dança. Que se dane a plateia, os outros cinegrafistas, os outros fotógrafos etc. (Eu tenho uma foto de um cinegrafista no meio das dançarinas de uma apresentação. Ele acabou sendo expulso.)
  • Chegue bem perto do artista, do músico, e cegue-o com o flash. (Vi dezenas fazendo isto na apresentação do Maracatu no Paraty em Foco. Chegou ao ponto dos músicos nem mais conseguirem andar.)
  • Não se importe se está atrapalhando. Eles é que tem a obrigação de te aturar.
  • Colar ao lado do artista em uma encanação de rua, e fazer uma foto sua, de braço esticado, ao lado dele, disparando o flash na cara dele, é bem legal. (Também vi um fazer isto, e o resultado é que ele tomou um fora dos artistas diante de centenas de pessoas. Depois soube que alguns daqueles soldados romanos eram Policiais Militares de folga. Seria engraçado os policiais chegarem na delegacia, vestidos de soldado romano, levando o sujeito preso. Qual seria a pena? Chibatadas? Crucificação?)
  • Ângulos bombásticos à queima roupa com uma grande angular são legais, e como a cena é só sua mesmo, e o artista tem a obrigação de aturar isto, faça à vontade. E não se esqueça de usar um flash potente.
  • Apresentação de Capoeira não tem risco nenhum, aliás, todas as artes marciais, a esgrima, a ginástica olímpica etc, são completamente seguras. Use um flash bem potente para congelar os movimentos deles.
  • Isto de queimadura de retina por flash levar à redução de visão à longo prazo é bobagem. E fechar os olhos na hora de fazer a foto não é instinto de proteção dos olhos da luz do flash, e sim, frescura.
  • Pinturas antigas ficam com cores lindas se fotografadas com flash. Quanto mais potente, melhor fica.
  • Para que estar ciente de tudo que acontece em volta. A cena legal sempre está na sua frente.
  • Isto de se manter invisível, de não chamar a atenção, é bobagem.
  • Faça fotos de fotojornalismo-denúncia. Fotografe gente na rua cheirando cola, fumando maconha e crack, e de perto, com flash. Não tem risco nenhum para você e para os outros que estão no passeio fotográfico contigo. (Soube de um que fez esta besteira, e gerou uma situação muito complicada para um grupo de um passeio fotográfico.)
  • Para que aprender fotometria, o automático sempre resolve tudo.
  • Alguém veio te ensinar algo, trocar ideias, conversar, que bobagem. "Eu sou o melhor do mundo, não preciso aprender mais nada."
Estão abertas as sugestões para a versão 1.1. Coloque-as nos comentários.

Álbum

Abaixo fotos ilustrando alguns casos:

Repórter de TV fazendo matéria sobre a procissão do Fogaréu em Paraty.

Repórter de TV fazendo matéria sobre a procissão do Fogaréu em Paraty.

Cinegrafista na Festa do Divino em Paraty.

PS: Quase coloquei mais fotos que eu tenho que ilustram várias destas situações, cheguei a separar várias delas, mas resolvi não colocar fotos que pessoas identificáveis.

    7 comentários:

    1. Parabéns pelo texto, João! Eu estou me deleitando até por aqui, pois neste último domingo me defrontei com um caso que se encaixava em vários dos seus parágrafos! A figura atrapalhou e irritou os artistas e me atrapalhou até também!

      Se me permite, vou copiar [com a devida referência] algumas partes e postar no EPIFANIA, como protesto ao cidadão.

      Abraços!

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    2. Pode sim. Coloque a referência. Acho que muita gente por aí tem que ler este meu artigo para aprender sobre comportamento e respeito.

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    3. vai uma que ja passei por varios "teimosos"

      Se estiver fotografando uma Gineteada (Montaria em cavalos chucros no estilo gaúcho), fique sempre na borda da cancha, você vai ser atropelado pelo cavolo e ginete, mas não vai atrapalha em nada!

      OBs. luga certo nesta situação é no centro da cancha! aqui pro sul vejo muitos tipos destes e em geral contrariam as dicas! fotografo este tipo de evento a 6 anos!

      grande abraço e parabéns pelo blogo e pelo artigo!

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    4. Muito obrigado.

      Não conheço a cena e várias das palavras que falou, mas acredito fortemente que não deve ser bom ser atropelado por um cavalo chucro (este termo eu conheço... rs).

      Muito obrigado.

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    5. Para as próximas, acrescente as apresentações em teatro e formaturas. Os artistas adoram...rs...

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    6. Muito legal seu blog. Estou estudando fotografia e me ajudou bastante vários textos seus. :)

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    7. PONHA as pessoas identificáveis na versão 1.1. Cabe a elas o ônus de se justificarem perante o registro em flagrante. Não são situações públicas, onde todo mundo que está atuando expõe sua identidade? Então, pois!

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