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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ultra Zoom e DSLR, como fazem parte da minha vida

Eu tenho uma Panasonic FZ28 (Ultra Zoom) e uma Nikon D90 (DSLR). Eu aprendi muita coisa com a FZ28, mas chegou um ponto no qual ela me limitava, aí eu vi que estava pronto para um desafio maior, uma DSLR intermediária. (Pulei as de iniciante.)

Fiz fotos maravilhosas, e ainda faço, com a minha FZ28, e acredito que muitas delas melhores do que as fotos que muitos fazem com uma DSLR.

Quando saio com a intenção de fotografar, levo a D90. Quando não tenho a intenção de fotografar, ou tenho a intenção de fotografar casualmente, quando quero andar leve, costumo levar a FZ28. Aliás, costumo andar com a FZ28, pois nunca se sabe o que vou encontrar pela frente. Já fiz fotos muito legais de coisas que me deparei pela frente.

Na minha vida tem espaço para a DSLR e a Ultra Zoom. A Ultra Zoom para andar no dia a dia, para coisas casuais, pela praticidade, por todo um jogo de lentes em uma lente só etc. A DSLR para quando quero mais qualidade, mais agilidade, mais velocidade, mais sensibilidade, algo a mais de lentes (a 50mm que o diga), para quando fotografo mais à sério etc.

Não tem tanto esta história de que uma é melhor do que a outra. A pergunta é: É melhor para que? Melhor em que? Para andar no dia a dia? Ou para fazer um trabalho? Tem recursos da FZ28 que eu adoraria ter na D90, especialmente um viewfinder eletrônico para ver as fotos com a dioptria corrigida para não precisar de óculos, e também conseguir ver a foto mesmo no sol forte. Já falei disto antes. E a lista não para por aí.

Câmera é ferramenta, e como toda ferramenta, ela tem limitações e funcionalidades. Se você conhecer bem as limitações e os recursos da ferramenta, e tiver capacidade, criatividade, sagacidade, você poderá tirar proveito tanto das funcionalidades quanto das limitações.

Cada uma delas tem o seu papel na minha vida. A FZ28 perdeu a sua importância com a compra da D90? Sim, e passei a fotografar muito menos com ela, mas, em muitas situações nais quais eu usava a FZ28, a D90 era mais competente, e assim surgiu um dos papeis da D90 na minha vida, o da câmera mais competente para situações mais exigentes.

Exemplos

Abaixo estão exemplos de fotos que fiz com a minha FZ28:

Foto noturna de maré alta, os casarios refletido na água, e uma das correntes que cercam o Centro Histórico de Paraty. Nesta noite saí com a intensão de fotografar, e esta foto foi feita com a ajuda do tripé. Nesta época eu não tinha a D90, e é um típico caso no qual atualmente eu teria usado a D90.

Fotos casuais:

Toda e qualquer bicicleta tem direito de usar o bicicletário. Av. Roberto da Silveira, a Av. Principal de Paraty, que liga o Centro Histórico à Rodovia Rio Santos. Me deparei com esta cena por acaso, e não resisti.

As fotos abaixo foram em um dia de passeio casual, sem intenção inicial de fotografar:

Maré alta, reflexo e vegetação florida no Centro Histórico de Paraty. (Desculpe-me Danilo Castro, pois esta foto é quase plágio de uma sua, que gostei muito, só que eu me deparei com a maré alta e o reflexo, que acrescentavam mais elementos à cena.)

A vegetação de telhado e uma árvore florida no Centro Histórico de Paraty.

Brincando com os quadros das bicicletas como molduras coloridas e a maré alta no Centro Histórico de Paraty.

Um conjunto de mesas enfeitadas de um restaurante no Centro Histórico de Paraty.

Eu estava passeando na Praça da Matriz, no Centro Histórico de Paraty, de noite, quando me deparei com a procissão. Vi que teria muito pouco tempo para fazer as fotos, e quando vi o tempo de exposição de 1/5s, vi que não conseguiria imobilizar o movimento. Então, o que me veio à cabeça? Panning. A D90, que eu não tinha na época, especialmente com uma lente clara, teria conseguido imobilizar a cena, mas não teria exigido uma criatividade de mim, e possivelmente eu não teria feito este panning. Este é um caso que a criatividade e a sagacidade permitiram contornar uma limitação, e até fazer um belo proveito dela. Um caso que a limitação inspirou mais criatividade. O modo automático teria usado o flash e não conseguiria este resultado.

Com o que mostrei acima eu acredito que posso falar que faço fotos com a minha FZ28 melhores do que muitos fazem com suas DSLRs, pois muitos as sub-utilizam, e teve o caso que a limitação da FZ28 me impôs a necessidade de ser criativo.

Agora exemplos com a minha D90:

A chave quebrada. Forte desfoque da 50mm F1.8. Tinha muito pouca luz no local. A FZ28 teria poucas chances de fazer esta foto, e não ficaria tão boa.

Doces em uma festa infantil. Forte desfoque da 50mm F1.8. A FZ28 não daria este desfoque tão forte.

4 Minutos de exposição em uma noite de lua cheia. Com a ajuda do Grip Jenis. Neste caso a FZ28 está limitada em 60 segundos, portanto teria que usar ISO mais alto e/ou abertura maior. Talvez fizesse, mas sem tanta diluição do reflexo do barco e tanta qualidade de imagem. A D90 precisou de ajuda do temporizador do grip para fazer esta foto.

Show no Bourbon Festival de 2010. Fotografia de show, quando qualidade, versatilidade, agilidade etc, pesam muito.

Procissão do Fogaréu de 2011. Centro Histórico de Paraty. A situação exigia ISO alto (3200), grandes aberturas (F1.8, lente 50 mm), e uma boa faixa dinâmica. (Tempo de exposição: 1/25s.) A FZ28 não teria capacidade de dar este resultado.

Terminando

Espero que isto ajude a esclarecer o que uma câmera pode fazer nas mãos de quem sabe usá-la. Que parte da discussão de que uma DSLR é superior a uma Ultra Zoom é bobagem. Que recomendar a compra de uma DSLR para alguém, só pela sua qualidade superior de imagem, pode ser um grande erro, especialmente se não entender qual papel a câmera deve cumprir na vida desta pessoa. Eu acredito que muita gente que compra DSLR estaria mais feliz com uma Ultra Zoom.

Uma câmera melhor faz diferença? Faz sim, mas realmente só faz grande diferença nas mãos de quem sabe usar o que ela tem de bom, as vantagens, à seu favor, e ainda tem casos que estas vantagens não se sobressaem tanto. Caso contrário, a diferença é muito pequena, quando não é para pior. Exemplos recentes que eu vi: Um senhor sub-utilizando uma D7000, que tecnicamente é superior à D90, no modo automático; Um fotógrafo com uma D700 e uma 70-200 F2.8, portanto um equipamento superior e fotos com menos ruído, mais nítidas etc, do que as minhas, mas ele gostou das minhas fotos, e pelo que pude ver, eu não parecia estar muito atrás dele nas imagens. O show estava com boa luz, o que fez com que a D700 e a lente F2.8, não tivessem uma vantagem tão grande na maioria das fotos, mas, como ele citou, em peças de teatro com pouca luz, ele levaria uma grande vantagem.

Desculpem-me pela falta de modéstia, convencimento etc, mas achei que era necessário para mostrar o meu ponto. Obrigado pela compreensão.

5 comentários:

  1. Foi com grande satisfação que li todas as postagens no seu blog, até parece que foi uma homenagem ao Dia da Fotografia. Outra coisa que compartilho também, sou um feliz usuário de uma ultra zoom, Canon SX10 IS, depois de muito aprendizado com ela chegou a hora de um upgrade, e a escolha foi a D90.

    Como já imaginava e ao decorrer do tempo, confirmei que realmente não poderia me desfazer da ultra zoom. E hoje em dia tenho o mesma postura que a sua na hora de sair com a ultra zoom ou DSLR.

    Parabéns pelo blog e boa sorte,

    Sansão Mendes.

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  2. J. Parabens pelo blog e principalmente pelo que li acima. Confesso que tudo isso tinha na minha cabeça mas não tenho coragem de expor ao pessoal que massacra as UZs, por falta de conhecimento melhor em caso de réplica. Fui usuário de uma HX1 da sony e hoje tenho a dsrl Sony A55. Mas pelo que sei, devo ficar mesmo com uma UZs + a compacta Olympus XZ1 (lente 1.8)que aí sim estaria bem servido até pra arriscar algum trabalho mais elaborado. Abraços do Valdir Ticão

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  3. Excelente matéria! Sou um feliz proprietário de uma UZ (Olympus SP-800UZ) e de uma DSLR (Canon T1i + objetiva 18-55 mm), e não pretendo jamais ter apenas um desses tipos de câmera. De quebra, ainda tenho 2 câmeras de filme: minha boa e velha Olympus Trip 35 e uma Olympus OM-1 (substituta de uma OM-10 que pifou de vez), esta com objetiva original 50 mm e mais uma 28 mm, um zoom 35-105 mm (com fungos) e outro 85-300 mm, de marcas diversas.

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